26 de dez. de 2010

Pontas

Ponta é o finalizador. Velocidade, drible, habilidade, visão são alguns dos ingredientes imprescindíveis, mas acima de tudo a atitude de marcar, não importa qual a forma, tem que marcar pontos, talvez seja o mais individual (se for possível usar esse termo) dentro de uma equipe de rugby, sua obrigação primeira é marcar tries, é evidente que o rugby exige defesa, posicionamento, coberturas, atributos importantes para o ponta, mas finalização é sua primeira e maior tarefa em campo.

Cabe salientar que os critérios aqui definidos não são absolutos, ou seja, servem como agregadores aos conhecimentos já adquiridos pelos treinadores, ao longo dos anos desenvolvi uma maneira própria de analisar o jogador e acredito ser esta uma boa ferramenta de auxílio, principalmente aos novos clubes, jogadores e categorias de base.

Requisitos Básicos:

- velocistas;
- exímios finalizadores;
- chutador confiável , inclusive drop;
- tem que ter o faro de try.

Características Gerais:

principal: agilidade e velocidade com a bola;
secundário: chute, defesa e cobertura em defesa;
deve ter uma arma no ataque: velocidade, agilidade, side-step, força, tamanho etc;
o mais veloz deve jogar do lado esquerdo;
bom entendimento com o fullback;
passar a bola com os pés;
não morrer com a bola;
seguir todos os chutes;
não ter medo.

19 de dez. de 2010

Fullback

Comunicação e segurança, aliadas a antecipação das jogadas, tranqüilidade, categoria, estilo, coragem e determinação caracterizam o bom fullback. Uma posição especial, para jogadores também especiais, boa parte do jogo completa as posições em que o time precisa no momento, você o vê cobrindo e jogando como scrum-half (passe), outras vezes como abertura (chutes ou jogadas ensaiadas), muitas vezes atacando como ponta (velocidade), tudo isso sem descuidar do fundo do campo, noção e visão tática são fundamentos determinantes para um grande fullback.

Cabe salientar que os critérios aqui definidos não são absolutos, ou seja, servem como agregadores aos conhecimentos já adquiridos pelos treinadores, ao longo dos anos desenvolvi uma maneira própria de analisar o jogador e acredito ser esta uma boa ferramenta de auxílio, principalmente aos novos clubes, jogadores e categorias de base.

Requisitos Básicos:

- deve ser um jogador posicional confiável;
- chutar bem com ambos os pés;
- um defensor incansável, que jamais se entrega;
- ser capaz de atacar, sabendo:
- quando e onde entrar na linha;
- quando e de onde lançar um contra-ataque.

Características Gerais:

· ação: jogar ou deixar jogar (passar, chutar);
· agilidade, velocidade, força, desses três, um deve ser excelente, os outros acima da média;
· jogo posicional, tackle, chute (ambos os pés), contra-ataque;
· bom entendimento com os pontas (contra-ataque e defesa);
· bom julgamento sobre quando entrar na linha;
· grande habilidade para dropar;
· não ter medo;
· comunicação.

11 de dez. de 2010

Falando de Rugby: Paul Tait

Saiba mais sobre o neozelandês que mais contribui no desenvolvimento do rugby do interior paulista!

Radicado no Brasil, o neozelandês Paul Tait é uma figura atuante no rugby brasileiro. Paul é famoso por seus artigos e ideias no Rugby Mania e no antigo Rugby Magazine, e hoje desenvolve um grande trabalho em Franca, com o Diablos, novo clube da cidade. Paul abrilhanta nosso rugby a cada dia, e nos concedeu esta fantástica entrevista, rica em histórias e ideias. Desfrute!

Nome: Paul Tait
Apelido no rugby: no Brasil não sei, mas na escola era Tug.
Idade: 29
Nacionalidade: Neozelandês
Clube atual: Diablos Franca, Patrocínio Paulista - SP
Clubes onde atuou: New Brighton, South New Brighton School, St Andrews College e Linwood Rugby League (todos de Christchurch)


1 - Com quantos anos começou a jogar rugby? Quando o rugby passou a ser parte de sua vida?

Comecei jogar com nove anos em 1991, na escola todo dia na hora de almoço, mas no ano a seguir comecei a jogar por o clube de rugby league, o Linwood em Christchurch. Joguei lá por um ano e meio e depois parei de jogar rugby league e comecei jogar rugby union mesmo. Gostei de jogar league, mas realmente sempre achei que rugby union é melhor. Mesmo assim, tive um grande ano de rugby league em 1993 por Linwood. O treinador começou comigo jogando de fullback. O time começou ruim, muito ruim mesmo. Os primeiros jogos eram só de defesa para mim. Eu tinha que aguardar porque muitas vezes nossa linha de defesa foi quebrada e assim o fullback ia lá para ser o salva-vidas. Depois de 6 jogos mais ou menos o treinador me colocou de abertura de league (camisa 6, que se chama five eighth) e foi muito bom. Gostei demais. Marquei tries e criei tries para nossos backs. Realmente aquele ano foi ótimo, mas meu amigo do clube de New Brighton me chamou para jogar no time dele. Meu pai nunca gostou de rugby league, então no final acabei trocando. Deu certo mas não foi tão legal entrar no fim do campeonato. Joguei de ponta só, e no ano a seguir o treinador quis que eu continuasse jogando de ponta. Bem, aceitei, mas tudo se complicou quando falei para um jogador que gosto de esquiar. Nas férias de Julho (uma semana) fui esquiar por uma semana inteira, o que é 100% normal, mas algumas pessoas não gostaram, e um me disse que isso não estava certo. No final, eu tive de escolher, e escolhi esquiar, porque eu já tinha um par de esquis, que eram caros.

Mesmo assim, continuei a jogar por uma escola no campeonato escolar. Foi legal porque só joguei com amigos. Por outro lado, o clube foi baseado de 8 escolas na área. Comecei a jogar de primeiro centro, mas nosso hooker se lesionou, e lembro bem que o treinador do time da escola falou que eu ia jogar de hooker. Foi uma novidade para mim, mas gostei muito. Realmente, joguei de centro, e de hooker só nos laterais e scrums. Nunca entrei em rucks. Em 1995, comecei o colegial (lá são 5 anos) e não entrei no time de rugby porque eu estava lesionado com um polegar quebrado quando o time foi escolhido. Assim fiquei fora do time por um ano inteiro, mas usei o tempo para practicar meu outro esporte - esqui. Realmente eu esquiei muito. Quase todo fim de semana nos anos de 1995-2001. Assim, foi dificil entrar num time de rugby.

Mesmo assim, entrei no time em 1997 para realmente jogar, e joguei, mas não com 100%, porque estava esquiando muito, e também quebrei minha mão num treino antes de comecar o campeonato. Daquele time teve um jogador que hoje é um professional, que joga pelos Highlanders no Super Rugby - Chris King ('Mule'), que joga de pilar. O time foi a seleção de sub 16 anos. Mule saiu para jogar de titular no primeiro XV da escola. Foi muito legal porque ele tinha 2 anos a menos do que todos os outros titulares. O sub 16 teve um grande tempero. Eu joguei mais de ponta, mas um pouco também de fullback. Joguei de Maio a Agosto normalmente, mas depois não joguei muito porque eu tive um accidente de esqui quando um jovem irresponsavel não olhou e foi de frente pra mim. O resultado foi que eu caí com força no neve, escorregueii e saiu sangue do meu nariz e rosto. Não foi bonito.

Rugby sempre foi parte da minha vida, mas tudo mudou depois do mundial de 1999. Cresci assistindo os jogos sempre. Cada ano fui para assistir vários jogos de Canterbury e também jogos do All Blacks. Lembro bem de jogos como All Blacks x Lions, em 1993, e All Blacks vs França em 1994. Gostei muito e torcei pelos All Blacks. Mas tudo mudou durante o Copa de 1999, quando vi a paixão da Argentina e o successo deles contra Samoa, Japão e Irlanda. Fiquei impressionado. Nunca vi nada assim. Jogadores jogando literalmente com tudo e chorando no final quando derrotaram a Irlanda, e de novo chorando de tristeza depois de perder as Quartas-de-Final para a França. Uma semana depois, os All Blacks foram eliminados da Copa depois de perder para a França, e eles perderam sem graça. Depois do jogo o capitão não tinha nada a falar. Não quis jogar na Final de Bronze e não deu o respeito para França, que totalmente destruiu os All Blacks no segundo tempo. Assim, comecei a torcer para os All Blacks e Argentina ao mesmo tempo. Quando a Argentina jogou no Estádio do River Plate contra a Nova Zelândia, em 2001, eu realmente parei de torcer para os All Blacks. Eu estava no penúltimo ano de faculdade e estava estudando espanhol e preparando uma viagem para América do Sul por o proximo ano.

2 - Como se preparava para cada partida?

Gosto de chegar bem antes da hora para ter o captains run e depois o team talk. Na Nova Zelândia sempre foi assim, mas no Brasil a maioria não está acostumado. Acho muito importante conversar como todo mundo antes do jogo.

3 - Poderia nos contar algo sobre um momento memorável como jogador de rugby?

Sim, jogando em 1997, contra o melhor time de Christchurch, o Christchurch Boys High School. Muitos jogadores de lá vão jogar para os All Blacks. Por exemplo, Andrew Mehtens, Aaron Mauger e Dan Carter. Jogamos em casa e eu estava jogando de ponta. Antes do jogo nosso treinador falou que eles iriam correr muito com os backs atacando os centros e pontas. Realmente, foi exatamente isso. Fiquei quase sem a bola no jogo. Talvez toquei na bola umas 5 vezes. Joguei a partida inteira na defesa, mas não deixei nenhum try passar. Meu time marcou pontos, mas estava perdendo por 3 x 5 pontos durante o jogo inteiro. Num momento do jogo, um centro deles correu com a bola por 30-40 metros e deixou 3 jogadores do meu time para trás - todos backs. Assim fui com a velocidade máxima para pará-lo, e peguei e tackleei ele mesmo. Levantei na hora para formar um ruck e ganhamos um penal. Foi a 15 de nossa linha de try. Depois teve uma festa na casa de um amigo, e quando cheguei fui recebido como herói só por causa do tackle. Foi uma lembrança boa.

4 - Como conciliar o rugby com a vida profissional? O rugby a influenciou de alguma forma?


Rugby toma muito tempo da minha vida. Criei um time de rugby no fim do ano passado e estou responsavel por o time. Sempre tem muito a fazer. Trabalho como professor e os alunos sabem que eu gosto de rugby e eles me perguntam coisas. Um jogador de rugby sabe como preparar. Sem treino um time perde por muitos pontos e não tem unidade no campo. Treinadores me ajudaram muito assim e eu gosto de pensar que eu trabalho com uma ética boa.

5 - Qual sua visão sobre o presente e o futuro do rugby brasileiro?

Rugby no Brasil esta cada vez mais forte. Sempre são novos jogadores querendo jogar no meu time (Diablos Franca), sempre há novos clubes no país e o esporte sempre é mais conhecido. Não tenho nenhuma dúvida que o esporte vai crescer sem parar. Há grandes jogadores no Brasil. Já joguei contra bons jogadores este ano. O que falta é a compreensão das leis do esporte. Muitos jogadores e times em geral não sabem as leis certo, principalmente como entrar e o que fazer nos rucks. Por exemplo, muitos entram pelo lado sem parar e mergulham. Eles fazem sem sabendo que estão errados. O desafio para Brasil é ter treinadores para ajudar.

São 2 coisas que vão ajudar o rugby a ser um esporte enorme neste país - 1. Argentina. Sem dúvida a seleção 2. - televisão. Com mais jogos passando o perfil do esporte vai continuar a crescer. Realmente, a Argentina é a coisa mais importante que aconteceu no rugby desde que o mundial começou em 1987. No momento que Argentina eliminou a Irlanda na Copa de 1999 foi incrível. Uma potência histórica eliminada por um time da América do Sul? Mesmo? O futuro do rugby no Brasil depende muito dos Pumas. Com o Três Nações abrindo as portas para Argentina finalmente vai ter um campeonato anual para eles, e isso vai fazer muito bem para rugby no Brasil. Cada ano vai ter os All Blacks, Springboks e Wallabies jogando na Argentina - nossos vizinhos.

O Brasil precisa de mais jogos internacionais. Ninguém viaja para America do Sul para jogar - é um fato. Uruguai foi para a Copa de 1999 e 2003, mas nunca recebe giras. Brasil deveria receber 3 ou 4 jogos por ano, e também jogar 3 ou 4 fora. A CONSUR precisa ter o Sul Americano igual o Asian Five Nations ou European Nations Cup. Gosto de contribuir com ideias como estas no Rugby Mania e no meu blog - www.rugbyworldcup-argentina2023.blogspot.com.